quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Qual a finalidade da construção desse BLOG?

Qual a finalidade da construção desse BLOG?

Este BLOG, construído por nós, Anilda e Elessandra é inteiramente dedicado ao nosso Professor Me. Val Fontoura do Curso de Pedagogia – 6º semestre da UFMS, câmpus de Três Lagoas-MS.
Através deste, vimos aqui relatar que depois de todas as discussões em sala de aula, nas quais pensávamos que tínhamos entendido tudo sobre tecnologia e percebemos que não era nada daquilo que nós imaginávamos, surgiram então algumas questões acerca do que sejam TECNOLOGIAS. Aqui estão elas:

1 - As tecnologias educacionais e o seu uso tem ocasionado inúmeras discussões permeadas em torno dos prós e contras. Entretanto, o que são tecnologias educacionais e, principalmente, o que são as novas tecnologias da educação e como estão sendo utilizadas nas escolas e nas universidades, se é que estão? 

2 - O que são técnicas e tecnologias? E novas tecnologias?

3 - A cultura que se utiliza da técnica e da tecnologia passa a questionar o sentido da vida e da busca dos valores que irá privilegiar, os quais, nem sempre estão ao alcance da maioria. As tecnologias da informação ou novas tecnologias da informação e comunicação são o resultado da fusão de três vertentes técnicas: a informática, as telecomunicações e as mídias eletrônicas. Tudo isso pode auxiliar o professor em sala de aula mesmo que ele ainda seja favorável ao tradicional “giz, apagador e lousa”? De que maneira um professor, que não domina as tecnologias, poderia dar uma aula com o apoio das tecnologias na escola? E na universidade?

A partir dessas questões pode-se fazer uma reflexão a respeito das Tecnologias Educacionais. Compreendendo que nunca se falou com tanta frequência, e de modo tão genérico e impreciso, em tecnologia educacional. Com a chegada da informática nas escolas, uma expectativa tornou-se crescente: os computadores finalmente vieram para revolucionar o ensino?
No entanto, ao longo dos últimos - e poucos! - anos que se tem de experiência com as mídias e softwares disponíveis descobriu-se, muitas vezes a duras penas, que não basta ter computadores e softwares na escola: é preciso algo mais, inclusive de natureza diferente desta mídia, por mais versátil que ela possa parecer à primeira vista, para que se produzam ganhos significativos nos processos educacionais.
Pode-se inferir que uma tecnologia é uma solução, dentre outras tantas possíveis, a um dado problema ou conjunto deles. Portanto já se começa a perceber que não existe uma única tecnologia educacional, mas tecnologias, isto é soluções resultantes do enfrentamento de problemas.
Uma tecnologia, em geral, conduz a soluções, as mais próximas possíveis daquilo que se pretende resolver. Esta é uma das razões pelas quais até hoje, ao longo da História, não se conheceu uma tecnologia definitiva, porque ela se aproxima cada vez mais do ideal.
Ao que parece não existe tecnologia absoluta, completa ou definitiva; sempre tem sido possível alcançar soluções cada vez melhores – no sentido de serem mais próximas da solução ideal de um problema – e esta característica central tende a permanecer.
Embora novas soluções sejam encontradas, ao longo do tempo, nada se pode afirmar a respeito de sua permanência: outras soluções, mais eficazes, poderão vir a substituir as já existentes. Neste sentido as tecnologias buscam alcançar a solução ideal sem jamais, no entanto, a terem alcançado.
A Educação trabalha no universo da diversidade, das individualidades, das subjetividades, das socializações. Partindo desse pressuposto, o conceito de tecnologia – enquanto solução a um determinado problema ou conjunto deles – deve ser ampliado e revisto na perspectiva educacional

Construindo um Conceito para Tecnologia Educacional

Alguém já viu computador dando aula, sozinho, sem que, pelo menos, alguém o tenha ligado à tomada? Ao longo de sua carreira já viu uma lousa, quadro-negro, quadro-verde ou quadro-branco apresentando sozinho “a matéria”, sem que alguém a houvesse  elaborado antes? Um toco de giz percorre a lousa ensinando filosofia aos alunos?
Por mais absurdas ou hilariantes que possam parecer estas perguntas, elas escondem, na verdade, uma percepção equivocada: a de que “coisas” ensinam ou passam conhecimento. Para começar, já se identifica aqui um equívoco conceitual: chamar de tecnologia aos meios, aos recursos materiais, à mídia!

Recursos materiais, mídia, meios: vamos às suas origens?
Meio: do latim ‘médius’ – ‘médio’: que está no meio ou entre dois pontos. A origem da palavra revela-se numa excelente pista para o que se está buscando: um meio, por si só, é incapaz de promover ou de realizar uma ação de natureza educacional. Por quantas vezes foi acompanhada a chegada de computadores nas escolas sem que, efetivamente, se tenha avançado em termos efetivos na qualidade de ensino? Para que serve um quadro, do preto ao branco, sem que o registro de ideias e outras informações sejam através dele veiculadas pelo professor e mesmo pelos alunos? Apostava-se que eles iriam substituir o professor na sala de aula...
As mídias, como serão chamadas daqui para frente, são um dos pilares, um dos componentes essenciais, indispensáveis para a construção de um conceito melhor estruturado de Tecnologia Educacional. As mídias sejam elas quais forem, não são em si e nem por si mesmas, Tecnologia Educacional.
Computador, DVD, Datashow, Kitmultimídia lousa e retroprojetor, carteira e ar condicionado, dentre inúmeros outros meios, portanto, não são tecnologias educacionais. Pode-se, no máximo, dizer que são instrumentos, ferramentas de trabalho ou recursos de apoio, mas vale repetir: não são tecnologia educacional e sim um dos componentes de uma possível Tecnologia Educacional.
A mídia, como a origem da palavra sugere, é algo que se coloca entre, no mínimo, dois participantes da dinâmica educacional: aluno-professor, aluno-aluno, professor-aluno, aluno-aluno, alunos-professor, dentre outras possibilidades de configuração. Ela não é a mensagem. Toda mídia, como meio que se interpõe e viabiliza a interação entre pessoas participantes de um processo educacional, não é o agente criativo; ela pode carregar mensagens em informações, mas, por si só, é incapaz de produzir conhecimento, pronto para ser oferecido.
É claro que Tecnologia Educacional existe, mas não do modo como habitualmente se costuma considerá-la. Precisa-se, primeiramente, afirmar o que não é Tecnologia Educacional, depois definir com maior precisão mídias e publicações impressas e software, ampliando e reformulando conceitos. Num domínio mais preciso, operacional e amplo este conceito deverá afetar significativamente a criação pedagógica e a atuação docente, juntamente com as mídias disponíveis e as publicações de cada época, a forma de atuação, de mediação, de intervenção, enfim, as decisões tomadas pelos professores e educadores na construção e condução de suas aulas que configuraram outras inúmeras possibilidades de tecnologias educacionais.
Infere-se aqui um exemplo que pode ser utilizado como chave para organizar o conceito de Tecnologia Educacional encerrando um paradigma complexo, ao envolver pelos menos três pilares estruturais: Mídias, Mediação e Publicações.
Tecnologia Educacional, portanto, é mais do que um conceito recorrente: representa, a cada momento, no tempo histórico, a complexidade dos processos pedagógicos, na esteira da tomada de decisão de seus gestores.
Quando utiliza-se o termo tecnologia educacional, os educadores consideram como um paradigma do futuro, mas a tecnologia educacional esta relacionada aos antigos instrumentos utilizados no processo ensino-aprendizagem. Pois o giz, a lousa, o retroprojetor, o vídeo, o DVD, a televisão, o jornal impresso, um aparelho de som, um gravador de fitas cassete e de vídeo, o rádio, o livro e o computador são todos elementos instrumentais componentes da tecnologia educacional. Os demais instrumentos tem seus usos limitados.
Por exemplo, no caso do giz, além de ter uma produção lenta e cansativa, muitos professores apresentam sintomas alérgicos ao seu pó; dessa forma, o retroprojetor ganhou um imenso impulso, facilitando, agilizando e tornando a aula mais atrativa, mas este não apresenta características além da projeção de imagens num telão. O uso da televisão, também é passivo e temos de nos adequar a programação prevista pela emissora.
A vantagem do computador em relação aos demais recursos tecnológicos no âmbito educacional, esta relacionado à sua característica de interatividade, a sua grande possibilidade de ser um instrumento que pode ser utilizado para facilitar a aprendizagem individualizada, visto que ele só executa o que lhe é ordenado; portanto, limita-se aos potenciais e anseios de quem o usa. Além disso, vários dos recursos citados anteriormente podem ser incorporados ao computados. Pois já é possível acessar a Internet e ao mesmo tempo ouvir rádio, assistir ao programa favorito que perdeu, etc.
Podem-se inserir a essas apresentações nos computadores, as fotos e filmagens que são produzidas com a máquina fotográfica e a filmadora; os retroprojetores tomam uma nova forma, passando para os Datashow, para acessar a televisão pelo computador, basta ter o Aver TV; pode-se conversar com pessoas distantes, utilizando o microfone do computador e a web cam, ou seja, o computador funciona como um grande aglutinador de várias tecnologias, portanto ele é uma máquina que possibilita a interatividade em tempo real.

Por que se interessar pela Fotografia como Tecnologia Educacional?

Durante os encontros da disciplina Didáticas e Tecnologias Educacionais, do curso de Pedagogia, foi oferecida uma série de opções para ser apresentado num BLOG e foi decidido pela nossa dupla apresentar o uso da fotografia em sala de aula, no intuito de mostrar apenas que era interessante esse meio de tecnologia pelo objetivo de promover a utilização da fotografia na sala de aula, como uma das muitas possibilidades de trabalhos pedagógicos existentes na inter-relação Educação/Comunicação Visual. As fotografias são importantes por que podem fornecer informações, e mais do que isso, ensinar um código visual, mudando a maneira de o leitor ver, redirecionando o que vale a pena ser olhado, ou não.
No cotidiano da sala de aula, o processo de comunicação proveniente da utilização das imagens fotográficas como material de apoio didático, pode viabilizar uma prática educacional mais direcionada à formação de cidadãos críticos, desde que, na linguagem da Comunicação Visual o conceito de Educar transmude para Ensinar a olhar. Num mundo onde se vive rodeado de imagens, o fundamental é saber interpretá-las, de modo que, ao observar uma imagem, o indivíduo seja capaz de desvendar seus vários sentidos.
            É importante ressaltar que as ideias aqui apresentadas não são inovadoras, nem conservadoras, certamente encontraremos sobre o tema outras experiências semelhantes e que discutem a utilização da fotografia como suporte didático. Tampouco discutem a atualidade das questões referentes ao uso dos Recursos Visuais na prática de ensino, apenas se predispõem a um estudo a cerca das aplicações da fotografia na prática educacional, relacionando-a com a postura teórica do educador.
No que se refere ao quadro deficiente em que se encontra a Educação brasileira, deve-se procurar, entre outros pontos, detectar os problemas localizando as falhas existentes na comunicação professor/aluno, pois a solução do problema, ou pelo menos, as propostas que viabilizarão uma mudança nas deficiências existentes em tal relação, necessitam de uma avaliação tanto do corpo docente, como do discente, evitando-se a relação vertical que enfatiza a posição do mestre sabe-tudo, em detrimento do aluno tábula-rasa.
É importante antecipar, no que tange a utilização de imagens fotográficas como suporte didático no Ensino Fundamental, que um Plano de Aula, utilizando a fotografia, não privilegia e nem se limita a utilização técnica desse recurso visual. A ideia principal não se restringe a promover em sala de aula um concurso de fotografia, nem o objetivo único seria despertar no aluno só seu lado artístico e o seu senso estético.
Um trabalho pedagógico suportado em imagens fotográficas e que teve inicialmente como público alvo professores e alunos, parte da elaboração de um arquivo com os mais distintos tipos de fotografias, com o objetivo de organizar um acervo, entre outros.
Quando se fala em colecionar imagens variadas, parte-se da ideia de uma coletânea organizada por professores e alunos, e que se possa englobar imagens foto jornalísticas contidas em jornais, revistas e outros veículos da mídia impressa, além da coleta de fotos artísticas, promocionais, slides e publicitárias, sem prévias restrições a qualquer tipo de imagem impressa que venha a despertar no aluno o interesse, e que seja, posteriormente, o tema gerador de questionamentos críticos.
Apesar dos inúmeros benefícios propiciados pela utilização de fotografias no Ensino Fundamental, o principal deles, certamente, é a possibilidade de libertar a Pedagogia do verbalismo a que está fadada há tantos anos devido as Concepções Conservadoras da Educação, sobretudo, a tradicional centrada na transmissão de conteúdos. No entanto, para que a utilização da fotografia favoreça a formação de indivíduos críticos, é necessário que ela seja utilizada pelos educadores, como algo mais que uma simples ilustração.
Como suporte didático, a fotografia pode ser utilizada sem prévias restrições quanto a disciplinas, ainda que, algumas delas possam ser mais beneficiadas pela utilização desse recurso visual, podendo ser de uso interdisciplinar. Para o aluno, a possibilidade de ver aquilo que está sendo estudado é mais importante do que apenas ouvir uma explanação acerca de um dado assunto. Quando um aluno se depara com um conteúdo, não basta apenas tê-lo diante dos olhos, é preciso interpretá-lo, interagindo com aquilo que lhe está sendo oferecido.
Porém, ao defender o uso da fotografia na prática pedagógica não se pretende, no entanto, apoiar meramente a publicação de gravuras no livro didático apenas com o objetivo de reforçar os textos do material oferecido aos alunos. Espera-se, antes, contribuir para a produção textual do aluno, seja oral ou escrita, partindo da sua própria compreensão, dos seus próprios questionamentos, evocando com isso uma leitura crítica da realidade.
O que mudar? Como reformar a mentalidade dos educadores? Como é complicado para eles, atualmente, teorizar sobre uma educação que enfatiza a prática da interdisciplinaridade, ainda mais quando a sua própria realidade enquanto educando remete à época em que era suficiente à escola, instruir seus alunos tornando-os aptos à leitura e à escrita, aos cálculos matemáticos e alguns conhecimentos transmitidos pelos conteúdos de estudos sociais e ciências, acerca do meio em que se vive.
Considerar que tais conteúdos foram transmitidos a muitos dos atuais educadores sem o prévio estabelecimento de possíveis relações entre eles, é um dos muitos caminhos possíveis a um estudo sobre a educação com suas distintas manifestações, erros e acertos, reformulações e, de forma mais definitiva, transformações e mudanças.
Diante dessa necessidade de mudanças, inovações, ou mesmo alterações nas estratégias pedagógicas, a maioria dos profissionais da área da educação tem se mostrado reticente, quando não, despreparada. Um despreparo resultante da ausência de atualização pedagógica do professor.
A realidade da Educação brasileira, em muitas circunstâncias com deficiência de recursos e materiais de apoio didático à prática educativa, exige na maioria das vezes, uma postura criativa do professor em sala de aula, o que possibilita a fuga da mera utilização do livro didático, favorecendo possíveis trabalhos alternativos. O trabalho pedagógico com imagens fotográficas surge nesse âmbito. Ainda que os relatos de experiências desse tipo sejam poucos, a utilização dos recursos fotográficos em sala de aula é, ao contrário, mais comum do que se supõe, mesmo que, muita coisa precise ser revista e analisada, no que se refere à metodologia.
Entretanto, se o objetivo é desenvolver nos alunos a criticidade, não há nada que inviabilize o início de um estudo da realidade por aquilo que melhor a possa representar: ela mesma. Ainda que estampada em cenas cotidianas registradas em jornais, revistas e outros tantos recursos da mídia impressa. Isso proporcionará o amadurecimento necessário ao trabalho com outras formas de imagens, como as televisivas, o cinema, ou mesmo as proporcionadas pelas Novas Tecnologias de Comunicação e Informação, como a Internet, por exemplo, sempre num ritmo maior e mais complexo. 
Diante de tantas dificuldades no cenário do ensino público brasileiro, sobretudo nas séries iniciais do Ensino Fundamental, utilizar-se das imagens fotográficas, entre outros veículos da mídia impressa visando uma melhora qualitativa da prática de ensino, é uma saída, dentre as muitas que existem e podem ser utilizadas com o mesmo objetivo. Os trabalhos são ainda mais satisfatórios quando existe a criatividade, a seriedade e o envolvimento dos professores.
Enfim, cabe aos professores, se preocuparem com a sua permanente atualização de conhecimentos, se permitindo reconhecer na possibilidade de trabalho pedagógico com as imagens, sejam elas impressas, televisivas, ou provenientes da rede telemática, uma saída para o mundo real que vem se desenvolvendo rapidamente fora das salas de aula, graças aos avanços tecnológicos. E ainda levar os alunos a transformar a leitura inicial das imagens num discurso oral e escrito coerentes.

REFERÊNCIAS

KENSKI, Vani Moreira. Educação e tecnologias: O novo ritmo da informação – Campinas, SP: Papirus, 2007.
MORAN, José Manuel. Novas tecnologias e mediação pedagógica – Campinas, SP: Papirus, 2000.



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