sábado, 21 de setembro de 2013

O uso de fotos em sala de aula


As escolhas do fotógrafo influem na nossa compreensão da situação registrada.
O uso de fotografias em sala de aula constitui uma das mais instigantes experiências reflexivas hoje utilizadas. No entanto, o uso dessas imagens passa muitas vezes despercebido no cotidiano escolar, configurando um aspecto meramente decorativo ou reforçador daquilo que já foi ensinado durante uma aula. No entanto, haveria uma maneira de se deslocar essa função secundária destinada às fotos?

Para isso, é necessário que o professor tenha o interesse de discutir junto aos seus alunos a função histórica que a fotografia possui na compreensão da realidade. Quando inventada, a fotografia passou a ser considerada uma verdadeira revolução das artes, pois com ela o homem teria a mais fiel reprodução do mundo que o cerca. No entanto, com o passar do tempo, a idéia de que as fotos somente registram o real perderam espaço para uma compreensão mais artística desse novo feito.

Mesmo tendo caráter instantâneo mediante uma situação vivida, a fotografia não deixa de ter uma leitura própria do mundo. O fotógrafo, ao utilizar suas lentes, não coloca em uso a simples funcionalidade de um instrumento automático. Cada vez que clica (e eterniza) uma determinada situação, o fotógrafo realiza uma série de escolhas que influem diretamente sobre a maneira que podemos compreender a situação enquadrada pelas lentes.

A mais importante dessas decisões envolve o próprio ato de fotografar. Ao escolher um determinado cenário, o fotógrafo não se lança a uma série de cliques indiscriminados. É importante ressaltar que o registro envolve uma escolha. Por isso, ao analisar uma foto em sala é importante que o professor saliente a maior número de dados possíveis sobre quando e onde o fotógrafo decidiu tomar uma foto. Outra importante questão é salientar dados biográficos sobre quem tirou essa mesma foto.

Partindo do autor para a foto em si, o professor pode destacar sobre como a câmera agiu no enquadramento de uma situação. Dessa maneira, é importante pensar sobre o espaço gasto em cada um dos elementos que compõe a foto. Esse tipo de questão muitas vezes salienta qual informação foi considerada mais importante na imagem. Para compreender melhor esse ponto, pode-se levar à sala duas fotos de um mesmo evento.

Para exemplificar essa questão, o professor pode fazer uso da foto de Finbarr O´Reilly que, no ano de 2005, ganhou o premio World Press Photo. Sem antes mostrar a foto em si, os alunos podem entrar em contato com algum texto informativo ou reportagem que relate sobre a crise de abastecimento que assolou a Nigéria em 2005. Sem dar maiores explicações, peça para que os alunos descrevam o que eles sentiram ao ler as informações contidas no texto.

Depois disso, reserve alguns minutos para que a sala observe a foto tirada por Finbarr O´Reilly. 
Após os alunos observarem a foto, peça para que os mesmos digam qual fonte de informação foi mais impactante. Depois disso, peça para que eles registrem quais elementos mais chamaram a atenção na foto de O´Reilly e porque eles acharam determinados elementos mais interessantes. Dessa maneira, os alunos podem iniciar um trabalho de interpretação que coloca as imagens como forma de compreensão das experiências vividas no passado e no presente.

Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola

Fotografia e Cultura na era Digital


O surgimento da Fotografia

Quando a França ainda vivia um período de instabilidade política, em meados do século XIX, conseqüência da Revolução Francesa e do Império Napoleônico, surgiu uma nova profissão, reconhecida mais tarde, também como arte: a fotografia.

Na verdade, registros revelam que na época de Aristóteles já se conhecia o fenômeno de produção de imagens pela passagem da luz através de um pequeno orifício e boa parte dos princípios básicos da óptica e da química que envolveriam mais tarde o surgimento da fotografia.
 
No século X, o erudito árabe Alhazen mostrou como observar um eclipse solar no interior de uma câmara obscura: um quarto às escuras, com um pequeno orifício aberto para o exterior.
 
Durante a Renascença, uma lente foi colocada num pequeno orifício e obteu-se uma melhor qualidade da imagem. A câmara obscura começou a se tornar cada vez menor, até se transformar em um objeto que pudesse ser levado para qualquer lugar.
 
Já com um tamanho portátil, no século XVII, a câmara obscura era utilizada por muitos pintores na execução de suas obras. Um cientista italiano, Angelo Sala, em 1604, observou o escurecimento de um certo composto de prata por exposição ao sol, mas não conseguia fixar a imagem que acabava desaparecendo.
 
Foram muitos os estudiosos que ao passar dos anos acrescentaram novas descobertas: em 1725 com Johan Heinrich Schulze, um professor de medicina da Universidade de Aldorf, na Alemanha e no início do século XIX com Thomas Wedgwook, que, assim como Schulze obteve silhuetas fixas em negativo, mas a luz continuava a escurecer as imagens.
O químico francês Nicéphore Niépce (1765-1833) fez a primeira imagem fotográfica que sobreviveu – uma vista do pátio de sua casa – em 1826, deixando uma placa de estanho polido em exposição durante oito horasEssa nova forma de arte só foi realizada, pois, no início do século XIX, convergiram-se descobertas científicas na área de ótica e química(STRICKLAND, 2003). 



Em fevereiro de 1827, Niépce recebeu uma carta de LouisDaguerre, de Paris, que manifestou seu interesse em gravar imagens. Em 1829, tornaram-se sócios, mas Niépce morre em 1833. Ele inventou um processo mais prático de fotografia em 1837, e sua primeira fotografia “Natureza morta”, era uma vista “brilhantemente detalhada de um canto de seu ateliê, que ficou em exposição de dez a 15 minutos



Em 7 de janeiro de 1839, Daguerre revela à Academia Francesa de Ciências um processo que originava as fotografias ou os daguerreótipos. Daguerre inadvertidamente tirou a primeira fotografia conhecida de um ser humano(STRICKLAND, 2003, p. 92).” Uma de suas fotografias, a de um bulevar parisiense, curiosamente não mostra nenhum sinal de vida, mesmo sabendo que há uma multidão de pedestres apressados, exceto por umhomem engraxando os sapatos – e que também foi a única pessoa que ficou parada tempo suficiente para que sua imagem fosse registrada durante a longa exposição. Você consegue achar o engraxate?


Outro fotógrafo que contribuiu muito na criação da fotografia foi o inglês William Henry Fox Talbot (1800-1877). Ele foi o inventor dos calotipos, ou negativos da fotografia


Ele começou a fazer “experiências prensando folhas, penas e pedaços de renda contra papel preparado que era exposto à luz do sol. Suas impressões finais eram manchadas (...) mas eram obtidas com negativos de papel e impressões em papel”. 



 
A fotografia atraiu a atenção de tantas pessoas que, movidos pelo entusiasmo, tornaram-se adeptos daquela técnica. Assim, tanto em Londres como em Paris, houve um boom na compra de lentes e reagentes químicos. Os fotógrafos e suas câmeras fotográficas (caixas de formas estranhas) começavam a registrar suas imagens.

(talbot) 

Alguns avanços seguiram-se a partir daí. Um processo chamado chapa molhada reduziu o tempo de exposição para segundos em 1851. Foi inventado então, “(...) o tipo de metal, com a imagem numa chapa de metal fina, em vez de vidro delicado. Em seguida, a placa seca liberou o fotógrafo de ter que correr imediatamente para a câmara escura”. Dessa forma, a velocidade da exposição era tanta que o fotógrafo não mais necessitava de tripé, além de que a imagem se mantinha por mais tempo antes de ser revelada.
Fotografar tornou-se uma atividade em franca expansão. Rapidamente tomou conta do mundo. Em 1853, cerca de 10 mil americanos produziram três milhões de fotos, e três anos mais tarde a Universidade de Londres já incluía em seu currículo a fotografia. Por volta de 1858, a fotografia instantânea substituiu o daguerreótipo e nos anos de 1880, entraram as câmeras portáteis de mão e o filme em rolo.


Em junho de 1888, com George Eastman, surge a Kodak. A fotografia tornou-se mais popular com este tipo de câmera que era bem mais leve, de baixo custo e simples de operar.
A fotografia deu ao homem um visão real do mundo, tornando-se assim, um instrumento de como captar imagens dos registros da História.

Fontes:

http://www.fotoserumos.com/grumos14.htm

SCTRIKLAND, Carol. Arte comentada: da pré-história ao pós-moderno. 13.ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004.